LUTO

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terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Vergonha


Estou ingerindo a decepção na minha taça
Não existe nada mais que eu faça
para cicatrizar a ferida,
Fui marcada como gado,
e levarei a marca pelo resto da minha vida.
Fui chamada de mulher amargurada,
poetisa mal amada,
farsante,
falso brilhante,
mulher que mente,
não presta e
criança doente.
O que mais me resta?

Estou envergonhada.
Sinto vergonha do mundo,
perante o qual me desnudei,
tornando público o meu querer.
Vergonha de mim,
porque lhe amei tanto assim.
e não soube perder.

Mas poeta, eu fico com a minha vergonha
mas também com a coragem de quem amou,
e aos quatro ventos gritou,
pois valeu o risco, trouxe vida para minha vida
mesmo agora, em que você alarga a minha ferida.

Eu irei embora, na hora certa
Com a dignidade de quem foi verdadeira
Quis ser acima de tudo companheira,
mas não teve tal sorte
e por isso foi ferida de morte.

Melissa/11/12/2006 - 23h12

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