LUTO

LUTO

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Chuva de verão





Chuva de verão,
Venha banhar meu corpo.
Limpe minha alma,
E purifique meu imundo ser.

Chuva de verão,
Infiltre em minhas veias,
Corra ao lado de meu sangue,
E leve a paz até o meu coração.

Chuva de verão,
Caia em meu mundo preto e branco,
Regue essa terra morta,
E faça com que as flores voltem a brotar.

Chuva de verão,
Tira de mim as dores antigas,
Traga-me novas alegrias,
E deixe-me puro como sua água.

Chuva de verão,
Faça isso antes do anoitecer,
Pois quando a escuridão cai sobre o mundo,
Eu perco totalmente a vontade de viver.


André Yonezawa
19/11/06

Desamor




Pela persiana posso perceber o tempo.
O céu está escuro,
a chuva fina cantarola na vidraça,
Debaixo do cobertor meu corpo faz pirraça...
Mesmo recebendo o comando para levantar,
espreguiça e continua a se esparramar.

Minha razão comanda,
meus sentidos recordam,
meu corpo ressente,
Minha alma chora,
Meu coração sente,
Minha pele exala,
Minha boca emudece,
Meus olhos molham minha face
Todo meu ser padece,
Naquela cama que já foi palco de tanto amor,
agora assiste a minha solidão,
e se solidariza com minha tristeza,
Os travesseiros se oferecem,
Dão colo para minha dor,
Recebem com maciez o repouso da minha cabeça
e o abraço desesperado dos meus braços.
Todo esse quadro para me mostrar a realidade,
Você hoje é só saudade,
Onde estiver, onde for,
será lembrando como o resultado
de uma história de desamor.

Mel

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

POR QUE?




Por que te atrasastes?
Então não sabias
Que eu te esperava?

Num dia distante,
No firmamento invisível,
Promessas trocadas.
Desci à Terra
E não me acompanhaste.

Cansada vaguei
De braços em braços,
Perscrutando ansiosa
O horizonte vazio.

Olhei para o Norte,
Olhei para o Sul,
Procurei no Oriente
E também no Ocidente.

Vasculhei os campos,
As profundezas dos mares,
Procurei nas florestas
E no canto das aves.

Subi as montanhas,
Fui ao fundo dos vales,
Aos rios e lagos
E até aos desertos.

A cada momento
Via-te à distância,
Depois percebia
Só havia o vazio.

À noite as estrelas
Bailavam contentes,
E acenavam dizendo:
- Ele há de chegar.

De manhã me abraçavam
Os raios do Sol
Que, sorrindo, diziam:
- Ele há de chegar.

O tempo correu,
E a ampulheta da vida
Não cessou de jorrar.
E agora apareces...
Mas a hora passou...

Por que?
Então não sabias
Que eu te esperava?


Geisa Gonzaga

Por Você



se for por mim
morte
se fosse por vício
loucura
se fosse por devaneio
desprazer
se fosse por alcool
insensatez
se fosse por nada
troco
se fosse por cansaço
desmaio
se fosse por sexo
sexo
se fosse por olhar
vergonha
se fosse por errar
arrepender
se fosse por poesia
mentiria
se fosse por amor
fingiria
se fosse por mim
...

Isso que é amizade ...




Vou te falar uma coisa que eu achava que você iria perceber com o tempo mas, que você não percebeu (loira é foda!!...ops)
quando você nasce, nasce sem cabelo, porque esta iniciando uma vida....então tá lá a criança com aquela cabecinha de ovo...hehehe..hj, "vejo" você reclamando que está carequinha de novo (de novo, sim, porque você nasceu careca)...esta com essa cabecinha de ovo(kkkk)..lembre-se você esta nascendo de novo e SÓ por isso é que está carequinha.....Quando o cabelo na criança vai crescendo a criança vai mudando os háabitos, mudando a vida. Para você será a mesma coisa: seu cabelo crescerá novamente indicando que sua nova vida está mudando e que você irá mudar de hábitos....e continuará vivendo.
Seu cabelo voltará a ser como era, talvez até mais bonito do que era e do que os OUTROS achavam que era....eu, como ja te falei, nunca te vi (culpa tua.hehehe..brincadeira)...só porque está carequinha fica se escondendo de mim né?.Eu nunca te vi pessoalmente mas sei que quando te ver vou comprovar algo q já sei: VOCÊ é Linda, externa e internamente.

Marcelo Cunha
(meu amigo, meu anjo...)

Paralelas





O espaço entre nós é vago –
É vazio e incerto.
É um paralelo que não podemos transpor.
São trilhos com um trem passando tão rápido,
Que não dá pra alcançar.
É a linha em branco do poema
Que não sabemos preencher.
É o rio passando veloz,
E a correnteza não nos deixa passar.
É a ponte vacilante,
A corda bamba que temos medo de cruzar.
É a via de duas mãos,
Os carros passando rápido, não nos deixam atravessar.
É a estrada que nos liga,
Que de tão comprida, não nos deixa chegar.

ღ_Røså_ღ

SEM VOCÊ






Hoje estou aflito. O que estará havendo comigo?
Estou aqui tão longe de mim mesmo. No ar a esmo.
Sinto a ausência deste ombro e do braço amigo
Para me consolar do âmago, agora mesmo.

A dor em meu peito corrói. Já não mais ligo.
Vivo só por viver. Estou livre aos extremos.
Lutando com sombras do passado, sem termos.
E, sem esforço, no obscuro cair consigo.

Nesta batalha o coração em devaneio
Sofre por não agüentar tanta angustia enfim
É que o tormento de sua falta vem meu anseio

Que nem sonhar contigo acho tanta emoção
E a solução desta emoção tem um por fim
Não vivo sem você e sem você é tudo em vão.
(01/02/2007)


JOSE LUIZ

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Lívia, doce Lívia





Olha que grata surpresa,
Como é do seu jeitinho,
ela entra de mansinho
quando a gente acorda,
já fez no nosso coração o seu ninho.

Além de linda,
Lívia é amiga e fiel
Companheira para todas as horas,
Sabe fazer bem esse papel.

Mel

Meu terno e eterno amigo





Outro amigo aparece,
Nem sei se faz poesia,
mas não carece,
pois ele já é toda magia.

Quando Deus lhe fez,
estava inspirado
Tudo no devido lugar,
nada improvisado!

Um coração terno,
uma cabeça pensante,
Uma mão amiga,
para esta poetisa errante.

Ele é conhecido como ES,
Mas eu o conheço como grande amigo,
Que me dá sempre o colo,
quando preciso!

Melissa

Para Vaninha




Estou aqui para apresentar uma amiga,
Ela é tão querida,
que nossa amizade parece antiga!

Quando tenho aberta minha ferida,
é ela que me oferece colo,
sabe ser irmã, mãe e companheira,
Doando-se por inteira.

Assim é a Vaninha,
Mulher bonita,
Coração de ouro,
Meiguice de criancinha.

Mas também é forte,
Quando precisa sabe bater,
Por fazer por amor,
A gente logo esquece, mesmo depois de doer.

Que tipo de anjo é você?


Era uma vez uma menina-mulher,
Que pretensiosamente pensava o mundo conhecer,
Mas viu sua presunção esvair-se quando pode perceber,
Que não lhe bastaria querer, para ter.

Foi mal-acostumada,
sempre desejada,
sentia-se dona da situação
e queria capturar mais um coração.

Não conseguindo seu intento,
Ficou perdida em desalento,
Achou que já não tinha encanto
E se entregou ao pranto.
Afinal seu destino era vencer, no entanto
Foi por ele preterida!

Então aconteceu,
Aquelas sacudidas da vida,
percebeu-se doente,
E se entregou na verdadeira luta,
Ter o direito de viver.
A primeira etapa venceu,
porque preciosamente soube priorizar o importante
e então cresceu...

Seu poeta cantado em versos, onde está?
Seguiu seu caminho, talvez até sem saber,
A relevância do que representou.
Não existe fantasia, apenas a realidade:
O momento é viver, pelo direito de vencer
Mostrar que o câncer não é mais forte
Que vai lutar pela vida, vencendo a morte.

Que tipo de anjo é você?
Perguntaram.
Era um anjo cego que teve a sorte,
Ainda em tempo ver a verdade,
Que o mais urgente,
premente,
É acordar e agradecer,
A magia que é viver!

Que tipo de anjo é você?
Pergunto.
Nem anjo,
Nem demônio.
Mulher, com um pouco de menina,
Verdade em muitos fatos vivenciadas
Fantasias em outros desejados.

Livre das suas obsessões,
Com muita vontade de vencer,
Agradecendo a vida, que lhe permitiu
Tantas histórias para escrever,
e outras tantas ainda para viver!
Isso se Deus quiser, há de acontecer.


Melissa

Pálido Retrato


Caminhando descalça,
sinto a grama acarinciar meus pés,
penso na vida e vem a lembrança,
da nossa história o revés.
Como pude acreditar,
Num sonho tão louco?
Que vi crescer em fantasia,
e vivenciar, tão pouco!

O orvalho acorda meus sentidos,
Tento recordar de onde veio tanto desejo,
mas na minha memória os sonhos outrora preferidos,
mostra de você uma lembrança,
pálido retrato do dito grande amor
agora perdido entre tantas recordações
na gaveta do peito que guarda o que passou.

Deito no chão, olho as estrelas,
Pergunto para onde vão quando o sol aparece?
E assim foi nossa história,
uma estrela na imensidão do céu,
que se foi com o brilho do sol da realidade,
deixando um gostinho na boca da saudade,
Do que poderia ter sido,
se fosse verdade.


Melissa

Felizes para sempre


Dizem os entendidos que enamoramento é um movimento coletivo a dois, que nos leva a romper com outros laços, enfrentar obstáculos e criar um país amoroso. Eu, quando me coloco a divagar, nos braços da insônia, penso de maneira diferente. Nem sempre é um movimento a dois. Aliás, o enamoramento cria sua força na unidade. Os primeiros ensaios dos passos da valsa do relacionamento é quase sempre realizado por um elemento do pretenso casal ao ser tocado pela chama do desejo. Essa chama leva a pessoa a realizar o jogo da dança para atrair a atenção e depois provocar os mesmos sentimentos no outro. Aí sim, começa o dueto. O movimento coletivo a dois. Então começa-se o jogo da sedução. Primeiro o desejo irrefreável, sem perenidade, com a única intenção da proximidade, da satisfação dos seus impulsos

Algumas vezes, logo após esse sentimento vem a paixão. Ela desespera, cria a necessidade de ter o outro e ao mesmo tempo é acompanhada pelo medo se ela dará um amanhã amoroso. Atraída, a pessoa despenca sobre o objeto da paixão, inventando qualidades, ignorando defeitos e é tomada pelo sentimento de posse. Ela vem galvanizar, eletrizar com uma uma força incomparável, empurrando um ao encontro do outro, fazendo brotar a possibilidade do amor.

Em raras vezes depois vem o amor. Ele pensa, deseja a perenidade. Tenta enxergar o outro em sua realidade individual. Tem o rosto bem definido e sua principal característica é tornar o outro no único objeto do seu prazer. Tem desejo, tem paixão, mas já não são elementos preponderantes. Ele é reflexivo, pois socialmente vai levar ao acasalamento, à reprodução.

Na maioria das vezes, infelismente nem sempre, após o amor vem o afeto despertando o companheirismo, a cumplicidade, a tolerância e principalmente a realidade. É aceitar o outro como ele é. Compartilhar a intimidade de forma serena, onde sobraram lembranças gostosas do desejo e da paixão. É caminhar pelos caminhos já tão conhecidos, recordando as explosões de sentimentos que cada canto, cada curva e cada movimento já despertaram. Então o caminhar é suave, apreciado com sabedoria e doçura de quem é grato por ter experimentado tantos prazeres juntos. As preponderancias, as rugas que não existiam, passam ser não o motivo pela falta de desejo, mas a certeza que percorreram juntos um longo caminho, trazendo cada uma delas, uma recordação de paixão e desejo famintos que ali foram saciados. O toque na intimidade ainda esfria o ventre e arrepia a pele, pois ali foram registrados momentos de prazer e de entrega.

Essa trajetória só é possível se ambos conseguem substituir sem o sentimento de perda, as fantasias pela realidade e que o compromisso nascido do sentimento não representem " as amarras e obrigações que impedem o pleno desenvolvimento do eu". O compromisso significa o coroamento da vida e não a capitulação perante uma armadilha.

E assim, foram felizes para sempre.


Mel/jan/2007

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Quem sou


Não importa o meu nome,
diga maria, bianca, ângela ou conceição...
o que importa é como me vê,
com os olhos ou com o coração.

Eu sou assim, assado. . .
Depende de quem me olha.
Tenho futuro,
mas não tenho passado.

Sou meiga e forte.
Não temo a vida
e muito menos a morte.
Até hoje contei com o meu suor
e nada de sorte.

Gosto do desafio,
Mesmo quando a sanidade fica por um fio.
É quando mais cresço,
mais comigo pareço.

Melissa-25/12/2006

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Efêmero



Nossos corpos se tocando,
através dos nossos olhos
estão se comunicando.

Eu perdendo a maturidade,
envergonhada vou ficando
e nos fitamos com ingenuidade.

Não conseguimos esconder o desejo.
Nossos corpos juntos estão a tremer.
Vamos, no tempo nos perder...

E só para nos atiçar,
Sua mão no meu cabelo a se enroscar
de uma forma tão sensual,
que aos prazeres vamos nos aventurar.

Já estamos enlouquecidos
As mãos pelas pernas deslizando
Os olhos fecham sonhando
E os lábios encontram se entregando.

Mas bruscamente nos levantamos
E vamos embora, sem sequer
Nos fitarmos em despedida,
e dizer a ultima palavra que o momento requer:

ADEUS!


Melissa/Paulo Gomes
(O poeta, desconhece essa parceria, pois foi através de um poema dele que surgiu este. Espero que o poeta e sua musa não fiquem chateados com a minha ousadia.)

Incompreendida


Já me declarei mundana,
libertina.
Mas tantas vezes estava escondendo,
do medo do seu desamor que me desatina.

Muitas vezes brinquei comigo,
Brinquei com a dor que carrego
E esquecer não consigo.
Mas brincar com os outro, jamais!
Pois perderia a dignidade que prezo demais.

Tenho o maior respeito pelo amor,
Admiro a mulher que sabe amar,
Se tais sentimentos em minha boca soam profanos,
Tenha olhos no coração para julgar.

Sou uma poetisa de muitas histórias,
Vivi muitas vidas em uma só,
Tive chagas abertas na infância,
Revolta na adolescência,
transformando minha vida em quase pó.

Por um tempo me afastei de Deus,
Não entendia tantos desencontros,
Só depois que me vi num leito,
Onde uma aparência que era idolatrada,
desmanchava-se sem nada poder ser feito.

Então fiz minha opção,
Lutei pela vida, embora tenha abraçado a morte.
Hoje olho no espelho e me orgulho,
Não pela beleza valorizada no passado,
mas por enxergar uma mulher tão forte!

Melissa

Meu poeta


Antes de você
não tinha muito o que escrever,
as vezes eram versos vazios de sentimentos
E cheios de revolta com um mundo que só via apodrecer.

Antes de você
descrevia muito bem a sexualidade,
Crua realidade de encontro entre duas pessoas
Agora tornou-se encontro de corpo e alma, com muita sensualidade.

Antes de você
O amor era uma palavra bonita
que enfeitava os meus versos
Hoje falo do que sinto
E pressinto,
Que não aceita a minha verdade,
Desclassificando-me perante a sua realidade.

Moha, eu te amo
Não há explicação como e porque,
apenas sei sentir,
é o que posso lhe dizer.

Perdoe-me se lhe incomodo com meu canto,
Se embora tenha lhe prometido e no entanto,
Não consigo arrancar você do meu peito,
Mas meu tempo pode ser curto,
e o céu não irá esperar,
para amá-lo do seu jeito,
como um amigo com rimas a compartilhar.


Melissa

Meu preço


Descobri que tenho um preço,
pois vendi a minha alma,
hoje vago sem apreço,
solvendo minha desalmada vida com calma.


E foi tão barato!
Quase não lhe custou nada,
bastou colocar seus versos em um prato,
que minha alma faminta se vendeu apaixonada.

Agora o preço para mim foi caro!
estou a vagar sem destino,
Com sorriso raro,
mais próxima de um desatino.

As vezes nem sei quem sou,
mas sei onde me encontrar.
Dentro de você estou,
não adianta me ignorar.

Melissa

Pequenas Mentiras


Diga meu poeta,
quem na vida não cometeu
pequenas mentiras para sobreviver?
Que atire a primeira pedra, quero ver!

Todo poeta em algum momento,
cria fantasias para poetar.
Mente porque ama demais,
ou mente por ter deixado de amar.

Mas o poeta tem um previlégio,
Sensibilidade em conhecer de almas.
Mas sendo inflexível com a verdade comete até um sacrilégio,
ao não enxergar com o coração e ponderar somente com a razão.

Pequenas mentiras,
embora justificáveis, podem não ser corretas, porém
muitas vezes alimentam corações famintos
E amenizam dores também.

Melissa

Vida Noturna


É quando me descanso,
dispo meu corpo,
dispo minha alma,
e o silêncio da noite me acalma.

É quando me faço companhia,
Não preciso agradar ninguém,
Sou quem realmente sou,
E me sinto muito bem.

Nesse momento converso com Deus,
reconheço meus acertos e desacertos,
mas nunca prometo ser diferente,
pois a verdade em mim é permanente.

Medito sobre o que fiz,
Sobre tudo que ganhei,
Agradeço ser sobrevivente,
e ter a força que precisei.

Melissa

Instinto




Saudade?
Sinto!?
É instinto!
Atração...
Corpos que se buscam,
em forma de oração.

Sua ausência.
Por que padecer,
se me é indiferente?
O dia passa,
não lembro da gente...
Ou sua lembrança vem sem querer?
É instinto,
pois nada sinto.
É verdade!
...Ou minto?


Mel-Jan/2007

O canto da sereia




Sussurros...
em forma de melodia.
Gemidos...
em uma nota só.
Respiração ofegante...
É um canto!
É uma melodia!
Dá vida aos sentidos,
dá sentido à vida.
Assim sou,
quando mergulho
no seu lago,
onde me perco,
onde me acho.

Melissa – jan/2007

Como que se ama


Já conheci amores neste mundo,
Aventuras que tiveram fim!
Por nenhum tive um querer profundo,
Até conhecer meu poeta, enfim!

Por que tantos me querem?
Por que nenhum deles consigo querer?
Sinto o abraço da solidão,
Outro motivo não tenho para escrever.

Como que se ama?
Diga-me.
Quero também ser feliz!
Ensina-me.
Sou uma boa aprendiz!

Dizem que a primeira lição,
consiste em gostar de quem gosta da gente.
Então comece ensinando a este coração,
como livrar-se do que sente.

Esquecê-lo, eis o primeiro passo.
Tirá-lo das minhas entranhas,
exterminar o sentimento na raiz,
aprender a desamá-lo em tudo que faço,
Pois é o que você sempre quis...

Ensina-me.
Como esquecê-lo?
Como outro amar?
Eu sairei do seu caminho,
desaparecendo de mansinho...

Couraças


As couraças que uso,
tem o jeito de quem se esconde,
de quem sofreu por abuso,
clama justiça e ninguém responde.

Eu já me perdi,
nas voltas que o mundo deu,
não só pelo que sofri,
mas principalmente pelo que você sofreu.

Pareço ser o que não sou,
Sou o que não deveria ser,
Mas definitivamente sem as minhas couraças
Ainda não consigo viver.

Talvez amanhã, quem sabe?
Conseguirei ser aquilo que deseja
Mais do que verdadeira,
Sem as couraças na certeza que você me proteja.


Melissa/dez/2006

Falsidade


Quem pode dizer o que é falso
ou verdadeiro?
Pois nenhuma verdade é absoluta,
nenhum mundo é real por inteiro.

Nas batalhas da vida
sempre lutei de peito aberto
podendo fitar os olhos do oponente
enfrentendo-o de perto.

Agora são frases soltas,
em forma de poesia
aquele a quem tanto amei
porque e como eu não sei,
e assim fiquei
olhando para a tela
que nada revela,
então criei
um mundo de fantasia,
no qual o limite já não sei,
doce ironia,
o que será falsidade
ou o que será realidade?
O que é dor ou o que é magia?

Eu sempre fui melissa
menina, mulher,
magoada, mas não amargurada,
insegura, mas não falsa,
fechada, mas amiga
e não há quem diga,
que fui covarde ou desleal,
mesmo os que pensam
que estou fugindo do mundo real.

Ah, meus motivos!
Quem me dera não tê-los
os seres que amo,
quero protegê-los
antes de magoá-los,
prefiro perdê-los.

Tenho um caminho certo,
do qual não me esquivarei,
está chegando perto,
a hora da minha sorte,
a qual destemidamente abraçarei.
Sinto-me forte,
para ir ao encontro da minha amiga,
e receber seu abraço repousante.
Então não haverá mais farsante,
nem falso brilhante.
Apenas, uma recordação distante.


Melissa - 12/12/2006 - 10h13

Vergonha


Estou ingerindo a decepção na minha taça
Não existe nada mais que eu faça
para cicatrizar a ferida,
Fui marcada como gado,
e levarei a marca pelo resto da minha vida.
Fui chamada de mulher amargurada,
poetisa mal amada,
farsante,
falso brilhante,
mulher que mente,
não presta e
criança doente.
O que mais me resta?

Estou envergonhada.
Sinto vergonha do mundo,
perante o qual me desnudei,
tornando público o meu querer.
Vergonha de mim,
porque lhe amei tanto assim.
e não soube perder.

Mas poeta, eu fico com a minha vergonha
mas também com a coragem de quem amou,
e aos quatro ventos gritou,
pois valeu o risco, trouxe vida para minha vida
mesmo agora, em que você alarga a minha ferida.

Eu irei embora, na hora certa
Com a dignidade de quem foi verdadeira
Quis ser acima de tudo companheira,
mas não teve tal sorte
e por isso foi ferida de morte.

Melissa/11/12/2006 - 23h12

Vícios


Oh! Coração cheio de vícios!
Como pode ser tão banal?
Entrega-se sem refletir,
que está buscando o próprio mal.

Basta seu olhar cheio de dor
Eu corro para lhe encontrar,
E perdida de amor,
vou me entregar.

Será sempre assim,
penso em você,
mais do que em mim.

Não sei lhe esquecer,
já nem tento mais,
pois cada dia, aprendo a lhe querer mais.

Melissa

Odeio você


O jeito como me atrai a sua fotografia,
Como necessito olhar para ela dia após dia.
O seu jeito especial de trocar mensagem,
Seco, maduro, certeiro
Mas ao mesmo tempo companheiro,
Que consegue com suas poesias me levar a uma viagem...
Mesmo não sendo sua musa ou sua mulher,
Ou mesmo aquela que você quer.
Odeio quando você me faz sorrir, sem querer
Mesmo não sabendo que estou do lado de cá,
tentando me fazer perceber.
Odeio mais ainda quando você me faz chorar
Pois minha presença no MSN,no e-mail, no Orkut, parece ignorar.
Odeio o jeito como você vê e interage com o mundo,
Sempre do seu jeito profundo.
Mas o que eu mais odeio em você é não conseguir lhe odiar nem por um momento,
E quanto mais odiá-lo eu tento
Mais cresce meu sentimento,
Crescem Meus desejos,
Minha vontade,
de tê-lo como minha cara metade.

(Eu lhe amo...
Beijo na sua boca querida,
que não tem como ser esquecida.)

Melissa, 07/12/2006

Coração incrédulo


Bate coração,
No ritmo da descrença
Na frieza
que não crê
que não sonha
que nada vê.

Bate coração,
Não irá sofrer, com certeza!
mas não viverá,
não conhecerá o amigo, o amante,
a doçura de uma saudade,
a entrega com liberdade.

Bate coração,
É escravo da sua incredulidade.
Está cativo e não percebe,
que está escondendo da sua realidade.

Pobre coração,
não tem história,
não tem cicatrizes,
É solitário,
sem a magia do amor,
Sofre sem saber o porque da dor.

Melissa, 03/dez/2006

Doce Recanto


Esqueceram de me avisar
que seu doce recanto
eu não podia almejar.

Com ingenuo encanto
busquei o seu querer
Sem conseguí-lo no entanto.

Agora seco as lágrimas
enfrentando a realidade
e quase sem perceber
vou transformando esse amor impossível,
numa doce saudade.


Melissa-02/12/2006

Poesia no seu corpo


Minha rima começa pelos seus negros olhos
Que os meus buscam com sofreguidão
pois são os faróis que me conduzem
rumo ao seu coração.

Em rima vou com meus lábios
A sua boca encontrar,
permitindo à minha suplicante língua
dentro da sua boca passear.

Chego de mansinho em seu peito,
gemendo no mais puro poetar,
beijo, mordo e me lampuzo com jeitinho
para seu gosto me deliciar.

Continuo minha poesia no seu recanto
sinto sua pele arrepiar,
é o momento de maior encanto,
pois sua sanidade vou roubar.

Melissa

Infidelidade


Não existe maior dor,
que o coração dilacera,
é ver nos olhos amados o amor
que não tem o destino que se espera.

Quando a boca amada também,
murmura como numa prece
o nome do outro bem,
para mim o cálice da amargura oferece.

Nunca pensei que assim comigo seria feito,
como poderia imaginar, meu amor?
que você trazia outra no peito,
enquanto lhe mostrava meu ardor.

Agora percebo com serenidade,
Não houve infidelidade,
Nunca fomos nós, amantes de verdade,
Você tem seu caminho e eu minha saudade.

Melissa

Minha Princesa da Quimera!


Você é aquele que me entristece,
Traz amargura e me humilha;
Aquele de quem já desejei ser filha;
amiga, amante , mãe e tudo que aquece.

Aquele que conhece minha trilha,
meus recantos mais secretos
Que com os lábios e as mãos
Faz deslumbramento que se maravilha.

Balança meu corpo sobre o seu em ondas largas,
Para depois me jogar ao chão, como as mendigas,
Toda desfeita em lágrimas amargas!

No instante que me toca, faz-se Primavera...
Ah! Mas quando me deixa com o vazio na alma,
busco a morte, minha Princesa da Quimera!...

Melissa

Janela


Sempre fiquei na janela
Em vigília incessantemente
Na esperança que ela
Passasse graciosamente.

Queria encontrar-lhe assim
Sorridente e faceira
Pois não sentiria o fim
Que virá de qualquer maneira.

Contei dia e dia
Vi crescer minha tristeza,
Pois minha agonia
Era perder na mortalha a beleza.

Continuo na janela
Esperando por ela
Mas tal não parece ser minha sorte,
Por que demora tanto, ó desejada morte!

Melissa

Término


Ah! Dor que me consome!
Que traz o espinho no peito cravado,
deixando a amargura tomar conta
desse coração apaixonado.

Nas suas rimas me embalei,
com minhas rimas me desnudei.
Na poesia seu canto secreto descobriu.
Na poesia em mim eu lhe senti.

Porém não fui à rima certa,
para me entregar devagarzinho.
Deixar o seu verso me desconcertar
E na minha intimidade fazer seu ninho

Hoje choro perdida,
procurando-me no seu verso tristemente,
pois por mais que leia avidamente,
não me encontro ali presente.

Melissa

Mentiras


Gritei o meu amor,
De todas as formas.
Mas a sua indiferença,
foi atirada no meu rosto como uma crença.

Quantas vezes me perguntei
onde foi que falhei,
se por lhe amar demais,
ou pelo medo que demonstrei?

Você chamou de mentiras,
Os sentimentos que mudaram minha vida.
Transformou em brincadeira doentia
O que para mim era magia.

Eu não brinquei,
não lhe enganei,
não joguei,
Só não mereci a sua confiança, agora eu sei.

Melissa

Nostalgia


Lembrança...
daquela criança,
que não me deixaram ser.

Saudade...
daquela pureza,
que não me deixaram ter.

Esperança...
daquela menina,
dentro de mim, ainda viver.

Nostalgia...
daqueles sonhos,
quando eu ainda acreditava em magia.

Melissa

Água (Lágrima, Suor e Orgasmo)



Água cristalina
que corre pela face da menina
para molhar o sorriso e lavar o rosto
disfarçando o gôzo da felina.

Água salgada
que nasce do nada
e brota nos poros
traz o doce cansaço da mais bela cavalgada!

Oh! gota vibrante
que escorre no ventre lubrificado
traz consigo a eternidade
no instante do prazer supremo saciado.

Melissa/nov/2006

desejo cheio de repulsão


Desejo...
Eu lhe desejo
Com o corpo
com os meus sentidos
Eu lhe desejo como desejei jamais!
Sussurro: mais, mais...
Estou dominada,
não penso em nada,
O meu corpo comanda
O meu desejo exala.

Mas minha alma grita!
Ela não se submete,
Ela foge,
Ela para outro lugar se remete.
Sente repulsa
Vê com desgosto
O que o seu gosto
Faz de mim,
Deixando-me assim
Mulher,
Fêmea,
que só lhe quer
para possuir
ser possuída,
sem um sentimento qualquer.
Desejo, apenas
Muito desejo de entrega
Muita repulsa na mente,
Que para minha alma não mente,
Você está aqui somente pela mulher
Você não me quer!

Melissa

Confusão


Até onde sou eu?
Até onde é você?
Não sei.
A vida nos misturou,
meus sentimentos já não são meus
são meus os sentimentos que deveriam ser seus.
Eu não sei onde estou,
se comigo agora,
ou com você pelo mundo afora.
Confusão.
dois serem que não tem limite
um que permite
o outro que não resiste.
então somos um
ou somos dois?
ora pois!
que importa?
estamos juntos na alma.
Seguiremos a vida com a calma,
de quem tem companhia,
de quem sabe ser nós,
de quem na tempestade ou calmaria,
Está junto e nunca a sós.

Melissa

Atos inconsequentes


Ato inconsequente é a sua pegada
Que me prende
Deixando-me no seu corpo grudada.

Ato inconsequente é a minha entrega
pois perco o fôlego
quando você me esfrega.

Ato inconsequente é a consequência
Da nossa vida
Da louca maneira de ser
Por eu me sentir tão querida!
E por tanto lhe querer.

Melissa

Tristeza de um palhaço

Dão risadas
A alegria está no ar
O palhaço brinca
Parece feliz.

Mas eis que, quando menos quis
Uma lágrima teima em cair
Debaixo da máscara
Chora o palhaço
Embora sua voz faça a platéia sorrir.

Sabe o que restou
Daquele grande amor
Brincadeiras de enamorados
Agora são sinônimos de dor.

Brinca o palhaço,
Gritam e dão risadas a platéia
Mas o seu coração
Silenciosamente recolhe a sua amargura
E em respeito ao seu público
Desempenha o seu papel com ternura.

Melissa

SEXO SUJO

Sujo?
Não.
Profano
insano
sem nexo
Intenso
indecente
real
ardente
profundo
Tornando-nos humanos
Nas loucuras deste mundo.

Fazer amor

É alma tateando alma.
Desvendando véus.
Descobrindo profundezas,
sem pressa, com leveza.

Apalpando com delicadeza.
A boca, o corpo amado vai acordando,
gostos retirando,
bebendo a seiva,
sabores provando.

Um abraço que aperta e não sufoca.
Vale chorar,gemer e gritar.
Corpos se ajustam,almas matizam.
Amantes de verdade!
Fez êxtase!
É escritura da serenidade!

Melissa

Beijos

Beijo ardente,
de paixão
e entrega,
que repente transforma a gente.

Beijo roubado,
assustado,
inesperado,
mas deliciosamente recordado.

Beijo de traição,
Que desperta o sentido,
machuca o pudor.
mas não consegue ser esquecido.

Beijo forçado,
machucado,
mal-lembrado.

Beijo desejado,
volúpia que molha os lábios,
porém nunca experimentado...

Enfim beijo de chegada,
beijo de partida
e beijo ardorosamente idealizado.

Melissa

Seu cansaço

Deixe comigo todo seu cansaço.
Quero lhe tirar da monotonia.
Quero entrar em sua vida como uma ventania,
trazendo a doçura do mel
e o calor de uma grande paixão,
que varre toda calmaria.

Deixe que eu me aproxime.
Eu quero lhe dar o colo
e carícias para o seu cansaço.
Então, você sussurará meu nome,
e eu saciarei tudo que lhe consome.

Seus olhos brilharão de desejo,
acordarei a volúpia dos seus sentidos.
E no mais íntimo da sua alma,
derramarei doces sentimentos prometidos.
Proporcionando momentos jamais vividos
que tão facilmente não serão esquecidos!

Melissa

Andança

Por veredas caminhei.
Por passagens descaminhei.
Em minhas andanças,
sempre lhe procurei.

Vi muitas coisas,
que até Deus duvida!
Mas continuei,
pois era minha sina lhe encontrar,eu sei.

Quantas vezes desejei parar!
Estava cansada do caminhar,
mas fui impulsionada pela força do destino,
sabendo que para lhe encontrar faria qualquer desatino!

Que ironia, aqui estou...
Perdi você, me perdi.
Estou sem eixo,
mas não me queixo.

Vim por que quis,
buscando ser feliz,
se não sou, que importa?
Vou me procurar em outra porta.

Melissa

Morte

Não me avisaram
que a vida se esvai
que o tempo se esgota
que o amor se vai
que a lembrança sufoca

Não me avisaram
que a vida pode ser curta
que o tempo é um instante
que o amor é efêmero
que nem a lembrança é constante.

Não me avisaram
que não é sorte,
que não é o acaso,
que não é o destino.
É um acerto entre vida e a morte.

Melissa

Ser Bela

Já pensou o quanto custa?
Ser bela é ter a alma esquecida.
É ser um par de olhos.
É ser uma boca sedutora.
É ser um cabelo sedoso
É ser curvas no corpo.

Bela bunda que balança em ritmo cadenciado.
Belas pernas que caminham em melodia.
Mas nada aprofunda.
Sendo que o resto está adormecido.
Ninguém que conhecer.
Perece nem ter sentido!

Boneca de luxo,
sorriso plácido!
Não sente,Não pensa,
vive para enfeitar.

Ser feliz?
Que atrevimento, já teve tudo que quis!


Melissa

Simplesmente Mel

Quero ter o direito de escolher meu caminho.
Quero arcar com as conseqüências das minhas escolhas.
Ter a oportunidade de recomeçar em nova estrada, se assim me sentir melhor.
Quero ser a pessoa que dou conta de ser,nem mais, nem menos.
Ser diferente, ou igual, não faz mal.

Quero ser gente.
Gente que chora, sorri, vive.
E que algumas vezes se sente morta, com vida para viver.
Ou viva com morte para morrer.
Quero ser isso, aquilo, ou nada.
Depende o momento, a hora.

Sem cobranças ou julgamentos.
Olhar a vida com olhos de criança e sentir com o coração de adulto.
Sabendo que para cada beco tem uma saída,
para cada lágrima um ombro
e para cada erro um perdão.

Ser anjo ou demônio.
Sem conceitos e preconceitos.
Aceitar o tanto que me é dado.
Perceber o muito que representa.
Dar o que posso, sem me agredir.
Enfim, não ser mais, nem menos.

Da amizade quero a presença amiga
para brincar de gente
me fazer contente e dela ser presente.
Quero sem jeito buscar elogios.
E também elogiar sem censura,
sem mentiras úteis,
sem causas fúteis.

Do homem, quero mais que um parceiro: quero um cúmplice.
Sem espelhos, sem aparências.
Só sentimento e sensualidade.
Dois em um, respeitando a individualidade.
Amado.
Amante.
Hora desejado.
Hora odiado.
Mas sempre esperado.

Da vida, quero lembranças, boas ou não,
mas que construíram histórias.
Da morte quero serenidade no último sopro.
Ir sem arrependimento ou perdão a ser perdoado.
Com o coração manso de quem foi verdade,
metade ou inteira, não importa.
Simplesmente foi...Mel


Melissa-Set/2006

Mais um dia

Batalha insana.
Atitude profana.
Tristeza adormecida.
Nova ferida.

Mais um dia.
Lição a aprender.
Injustiça a cometer.
Queda imprevista.

Luta vencida.
Dúvida esclarecida.
Mentira deletada.

Mais um dia.
De tudo e nada
Apenas um dia de eterna espera.
Doce agonia
de quem por ingenuidade
ainda acredita na felicidade.


Melissa - 28/09/2006

O Preço

Caminhei muitos caminhos,
andei perdida
em desalento
e com fome de cumplicidade,
fome de um querer atento.

Agora verdadeira,
mulher por inteira.
Vida para dividir enfim.
Mas falta pedaço de mim,
merecendo o meu lamento.

A ausência do dom em poetar,
passou a ser o meu tormento.
Pois ao me encontrar,
encontrei o vazio e o olhar desatento.
Acabei perdendo a inspiração em me expressar.

Melissa

Meu filho!

Minha voz canta docemente,
melodias de ninar.
Enquanto meu braço abraça,
o pedaço de mim, que não canso de olhar.

Sinto tua boca pequena e frágil,
sugando o alimento do meu peito.
É o maior carinho que a vida me oferece
Quando o sinto ligado a mim desse jeito!

Teus olhos azuis como os meus,
brilham quando me fitam, desvendando minha alma.
Todo meu ser se acalma,
sou mãe, vivendo a plenitude através dos gestos teus.

Então eu acordo aflita,
será que o tempo me dará tempo
para vivenciar esse sonho?
Oh! vida incerta,
por que assim tem que ser?
Espero a vinda da morte,
e tal é minha sorte,
que nem meu amado,
não sei se irei um dia conhecer!

Melissa

Mundana

Se sou mundana,
eu não sei!
Sei que gosto do mundo,
gosto do gosto da vida,
de ser mulher,
de ter um homem,
gosto de ser preferida.

Se sou mundana,
eu não sei!
Mas gosto das ruas,
de caminhar e conhecer pessoas,
de trocar carinhos.
Gosto de trilhar novos caminhos.

Se sou mundana,
eu não sei!
Pois nem sempre sou a mesma,
mudo conforme a lua.
Hoje sou isto,
amanhã sou aquilo,
mas eternamente sua.

Mel/nov/2006

Tréplica

Sinto também
Que a vida é assim:
amores vem e vão
numa mudança sem fim.

São amores diferentes
com pessoas de diversos mundos
ou nos fazem chorar amargamente
ou nos trazem prazeres profundos.

Todo relacionamento é uma aventura
nos promete o céu e nos tortura
mas não sabemos o seu final
nem se vai nos fazer bem ou mal.

Contudo, como em uma poesia
ainda assim vale à pena vivê-lo
pois dá colorido à nossa vida
mesmo alargando ferida.

É realmente uma viagem incerta,
mas quando os braços do outro nos aperta
um doce perfume se faz sentir
e das couraças nos faz despir.


Melissa(Set/2006- em resposta a uma réplica do poeta Paulo Gomes)

O que restou?

Caminheiros
vamos seguir adiante
vamos buscar nos vales verdejantes
Algo que se plante.
Algo perene.
Que nos aproxime do que é ser humano.

Caminheiros
estamos preparando o planeta
para os nossos herdeiros.
Por que tanta destruição?
Tanta separação?

"Por que existe o oriente?
Por que existe o ocidente?
Como se Deus tivesse feito
esse planeta com dois mundos diferentes!"

Caminheiros,
olhai a carente necessidade
daqueles que moram vizinhos de minas,
dormem com o som das bombas.
Sobressaltados buscam a mão estendida.
Buscam remédios para sua ferida.
Olhai a nossa verdade
de quem se fecha cada um na sua realidade.

Vê morte na televisão
tornou-se apenas uma notícia,
já não atinge o coração,
se o irmão,
sofre,
tem frio,
tem fome,
sem teto,
sem lugar no mundo,
É apenas um número,
que engrossam as estatísticas.

Atrapalham a minha vida.
Atrapalham a sua vida.
Atrapalham a nossa vida.
Foi a lição aprendida?
Foi o que restou de uma história de amor,
que foi passada para humanidade
por Aquele que foi mais sublime na sua integridade
diante da dor?

Melissa/dez/2004

Meu mundo em bytes

Meus olhos a sua alma enxergaram,
nas palavras que chegavam.
Sentia-lhe nesta tela quase podia lhe tocar.
Hoje existe o vazio carente,
você me afastou da sua vida,
ou será que nunca estive presente?
Essa angústia que me prende,
que me coloca aqui olhando para esta tela,
agora tão fria,
esperando que se manifeste,
com a outrora magia.
O seu silêncio me castiga e me instiga.
E não deixa que eu prossiga.
Eu lhe amo sem lhe ver,
penso em você sem querer...
Que pensem que sou louca,
estou aprisionada,
neste meu mundo de bytes.
Não vejo, não sinto mais nada.
Sou um terminal,
desta máquina que me trouxe você!
E que da mesma forma,
tornou-me vítima do mundo virtual!

Melissa

Esperada companheira

Oh! Minha terna amante!
Como és esperada!
Mas me dá aperto no peito
Pois traz consigo o desconhecido,
a aventura derradeira.

Oh! Doce enamorada!
Os seus braços me esperam.
Eu olho o mundo
e num suspiro profundo
relembro minha caminhada.

Tive dor,
lágrimas,
risos,
amores e
desamores.

Fui criança,
mulher,
sábia,
aprendiz.
Sei que pouco sei,
mas valorizo tudo que fiz.

Oh! Doce amiga!
Vejo que se aproxima.
Ouço os cânticos dos anjos.
Se for agora,
com um sorriso,
intensamente vou me entregar.
Curiosa,
para outra realidade
vou deixar me transportar.

Oh! Tão abençoada morte!
Estou a lhe esperar.
Tive sorte,agora me preparo para voar.
Tive na vida tantas alegrias.
Tive o meu poeta,
o meu profeta,
que coloriu os meu dias,
trazendo um sabor diferente
para esse mundo,
do qual já me sinto ausente.

Mel/outubro/2006

Maldito tempo

Para que tempo?
Quisera dormir.
Não vê-lo passar.
Quisera o poder,
de fazê-lo parar.

Sou sua escrava.
É meu carrasco.
Arrancou de mim,
meus sonhos e
meus anseios.

Não quero mais tempo,
pode extinguir.
Para que existir?
Se o tempo,
tornou-se um contratempo.

Torturou-me.
Fazendo meu sonho diluir.
Simplesmente por falta de tempo,
dolorosamente soube me ferir.

Mel/out/2006

Fruto do desejo

A paixão invade,
sob a melodia das batidas do coração.
Respiração ofegante.
O prazer exprime no momento sublime.

Conhece o caminho,
vai me despindo.
A cada toque ardente,
meu corpo estremece na pele refletindo.

Um toque,
certeiro,
possessivo,
atinge o meu corpo inteiro.

Abro os olhos,
uma lágrima teimosa
apaga o fogo das minhas entranhas.
Foi um momento não vivido,
refletido na cama macia, vazia.

Sofrem meus sentidos,
com a realidade.
Foi apenas um instante,
do prazer ilusório,fruto do desejo aliado com a saudade.

Sobrevivente

Hoje estou sem ar,
sem espaço,
caída no laço,
que a vida me preparou.

Meu corpo vaga sem norte.
Nada sente.
Está vazio de alma
e solve o veneno da dor com calma.

Queria vomitar no mundo.
Ir mais longe nessa densa tristeza.
Colocar para fora o mais imundo,
que há dentro do meu ser, da miséria à realeza.

Sou resultado do que consome.
Nessa ciranda que tudo tira e pouco dá,
nem mesmo lembro do meu nome,
pois sou resto da violência que há.

Tive um sonho bizarro,
que meu destino poderia mudar.
Mas apenas me submeti à tortura,
pois não mereço ser amada, mesmo sabendo tanto amar.

Sim, vou vomitar minha dor.
Quero minha paz de volta seja como for.
Deixem que eu chore minha degradação
e leve comigo minha querida solidão.

Melissa